Prezados leitores, não sei se as situações inusitadas ficarão a meu cargo, pois acho que cabem muito mais ao Fábio, mas tenho outra a noticiar.
Em uma Ação sentenciada em maio do corrente ano, meu cliente sofreu um revés. Manejei ainda no mesmo mês a apelação e desde lá aguardo pelo despacho determinando a subida para análise do Tribunal, visto que não houve apresentação de contra-razões.
No fim do mês de agosto fiz a consulta diária da demanda e deparei-me com uma situação no mínimo curiosa. Analisem a tela abaixo:
Não sei se perceberam a data das movimentações, se não, reparem.
Este post foi produzido no dia 10/09/2009.
Pois bem, observem bem a última movimentação: data – “28/09/2009“. Que dia é hoje? Sim, sim, você viu isso mesmo, o TJ pode ir para o futuro, meus caros!!! Essa movimentação apareceu no dia 28/08/2009, ou seja, o TJ está um mês adiantado.
Daria até mesmo um filme: “Têjota Para o Futuro”!
Senhores vosso Tribunal está no futuro, mas não é isso que me causou espanto. O que me deixou realmente assustado foi uma suposição simples: se as movimentações podem receber datas futuras, podem também receber datas pretéritas?
O sítio do TJ não é à prova de falhas, longe disso, e o erro acima só causa problemas ao meu cliente, pois sendo o processo virtual, sempre que o Juiz abre sua pasta de pendências no sistema aparece o despacho depois da certificação determinada.
A mim, este equívoco demonstra a fragilidade do sistema adotado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas, e a partir deste episódio vou passar a arquivar os espelhos antigos dos processos, pois sabemos que acidentes acontecem, e despachos, certidões, mandados, publicações podem sumir sem deixar quaisquer vestígios.
Espero que esse seja um caso único e isolado, e mesmo assim já merece uma atenção especial por parte da OAB e do sistema de informática do TJ, que deve também garantir a inviolabilidade das informações inseridas no famigerado SAJ.
Luis,
A falha é, de fato, assustadora e merece a atenção da Ordem.
Agora, Têjota para o futuro foi impagável.
Parabéns!
Fica até chato eu comentar, pois vai parecer enfadonho e mesmice, porém, mais uma vez, o assunto que vem a baila são os problemas do TJ-AM. Quando não são os servidores é o “servidor” de informática. É, porque vão alegar que é um “bug”. Não tenho dúvidas.
Mas eu acredito nas pessoas, ainda, e sei que isso uma hora vai mudar.
Caro Luis Felipe, longe de ter o sistema de automação do TJ como infalível, arrisco um palpite: o funcionário da vara digita o despacho no “word” e depois “alimenta” o sistema manualmente.
Se utilizasse o proprio editor de texto do sistema, a data correta ficaria “amarrada” e esse tipo de equívoco não ocorreria.
Estamos numa fase de transição, semelhante a substituição das velhas máquinas de escrever por computadores. Alguns funcionários não conseguem acompanhar a evolução e ainda trabalham à moda antiga. Mas é uma questão de tempo.
Abraços.