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TRE/AM – VII: Faíscas

Estamos chegando ao final da “semana eleitoral” do bLex, com a revisão da sessão do TRE/AM de hoje:

Após o adiamento (pela terceira ou quarta vez) de um processo criminal contra um prefeito do interior, a sessão do TRE de hoje tinha tudo para ser morna e desprovida de maiores notícias. A “grande notícia” do dia teria sido a leitura do acórdão vencedor no caso de Amazonino Mendes. No entanto no finalzinho da sessão aconteceu uma erupção imprevista. A Juiza Eleitoral Joana Meirelles pediu a palavra e repudiou a atitude do Procurador Regional Eleitoral que teria dito ao jornal A Crítica que representaria contra o Juiz Eleitoral Elci Simões no CNJ por conta deste ter participado do julgamento de Amazonino Mendes.

Segundo a reportagem, a procuradoria regional eleitoral estaria tomando tal atitude pois, em 2006, o filho recém-formado de Elci Simões foi um dentre as dezenas de advogados que foram contratados para realizar fiscalização no dia da eleição.

O problema é que essa matéria já foi vencida pela corte. O mesmo procurador já tinha ofertado, pelo mesmo motivo, exceções de suspeição e de impedimento noutro processo, que foram julgadas improcedentes por unanimidade no pleno do TRE, e que quedaram irrecorridas pelo Ministério Público Eleitoral. No processo em questão, sequer houve o oferecimento de tais incidentes. Daí porque todos estranharam as afirmações do procurador ao jornal.

Após as palavras de repúdio da Dr. Joana, o próprio Dr. Elci pediu a palavra. Primeira coisa que fez foi indagar do procurador se ele havia mesmo dado as declarações constantes no jornal. O procurador não respondeu à questão, dizendo que precisava primeiro ouvir o que o magistrado tinha a dizer.

A partir daí começaram a voar as faíscas. Elci Simões passou a se defender com uma veemência poucas vezes vista no Tribunal. Passou um bom tempo dizendo, em essência, que não se deixaria intimidar pelo procurador, e que iria representar o procurador do CNMP, por este fazer comentários de processos via a imprensa. Quando o juiz terminou, foi a vez do Ministério Público sair à carga: o procurador disse, dentre várias outras coisas, que não faria sentido que representasse ao CNJ por matéria sobre a qual não havia recorrido, mas disse que agora sim tinha motivos para fazê-lo.

A discussão foi longa, com múltiplas acusações de lado a lado.

Ao final, juiz jurista Mário fez um aparte, indagando diretamente ao procurador se ele tinha, de fato, dado a tal declaração. Foi necessário repetir a pergunta umas duas ou três vezes, mas pressionado, o procurador respondeu:

“Me perguntaram A, eu respondi B, e publicaram X”

Depois disso os ânimos esfriaram consideravelmente. Só não entendi porque que o procurador esperou meia hora de briga acirrada para, só ao final, afirmar que colocaram palavras em sua boca. Se tivesse dito isso na hora em que interpelado pelo Elci, antes de iniciado o embate propriamente dito, todo o imbróglio teria sido evitado.

2 comments to TRE/AM – VII: Faíscas

  • Eddington Rocha

    É isso o que acontece a quem depende da imprensa para formar opiniões ou se informar. É mais seguro perguntar ao seu pior inimigo, pois deste, pelo menos, você já sabe o que vem.

    E tem outra coisa. Nossas Excelências precisam se conscientizar e parar de perder tempo com manifestações de opiniões através de repudios que, como não são nem um pouco ingênuos, já sabem que vai causar confusão. Eles estão lá para julgar, não para discutir pontos de vista sobre o que acontece fora dos autos, senão daqui a pouco veremos discussões sobre o último capítulo da novela ou daquela final do campeonato de futebol.

    Até mais.

  • Fana

    As vezes me pergunto se ele, o procurador, é filho único e foi criado por vó… é que as vezes parece aquele menino mimado que não sabe perder… sabe como é?
    Ou então ele simplesmente tomou de paixão a causa contra o prefeito de manaus… e só se dará por satisfeito quando conseguir “ganhar” a briga…

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